Em 2009 começou a restauração do
Vitral de Francisco Brennand que foi finalizada em meados de 2010. A obra,
datada de 1976 foi executada pela Arte Sul de São Paulo e é composta por cento
e vinte e oito painéis distribuídos em aproximadamente dez metros de altura por
sete de largura. Ele encontrava-se com toda a estrutura metálica enferrujada e
inúmeros vidros quebrados, mas teve sua originalidade recuperada após o
restauro.
O serviço contou com uma metodologia rígida para manter a organização de todos
os quatro mil cento e dezesseis vidros. Tudo começou com a preparação do
canteiro de obra, que contou com o fechamento de tapumes na parte externa (no
jardim) e interna (nas escadarias da Chesf). Após o isolamento, foi feita a
desmontagem do vitral, onde todos os cento e vinte e oito painéis foram
fotografados para registro, numerados e guardados em gaveteiros especialmente
construídos para a ocasião. Com esse registro foi feito um mapa de danos
detalhado para segurança do serviço.
Após a desmontagem, o próximo passo foi construir uma nova estrutura metálica
de sustentação. Para essa nova estrutura, o ferro (que era o material
utilizado) foi substituído por aço inox, com o objetivo de reduzir drasticamente
o aparecimento de ferrugem. As peças foram produzidas na oficina de Jobson
Figueiredo em Igarassu sob o comando de Severino Gomes. As novas vigas e barras
de sustentação em aço inox foram levadas para a Chesf e montadas no prédio com
vidros translúcidos, dessa forma, a estrutura ficou pronta e a espera das peças
restauradas do vitral.
Todos os painéis retirados passaram por um processo de lavagem em três etapas:
lavagem com água, com querosene e com bicarbonato de sódio. Depois da lavagem,
a próxima etapa foi a das reposições. Onde cada painel teve uma recuperação de
acordo com as necessidades, alguns painéis se encontravam em bom estado, mas a
maioria precisava de intervenções. Centenas de tarefas foram realizadas, os
problemas mais comuns eram: vidros quebrados, chumbo deteriorado, materiais
inadequados da antiga restauração mal feita. Para as peças quebradas, foram
recortados moldes no formato idêntico em papel e posteriormente em vidro novo,
desmontado o painel e feita a reposição. Esse, com certeza, foi o serviço mais
trabalhoso e meticuloso de toda a restauração.
A última etapa foi a montagem do
vitral restaurado, que teve o suporte do mapa de danos, possibilitando uma
montagem correta até o fim. A restauração do vitral de Francisco Brennand
trouxe a beleza original da obra e trouxe vida nova ao prédio da Chesf, que tem
suas escadarias iluminadas com a luz colorida da abra de arte.